domingo, 31 de dezembro de 2006

Votos felizes para 2007


Que este seja um ano à medida dos vossos desejos, projectos, vontades, sonhos e realidades


( foto de Paulo A. )

sábado, 30 de dezembro de 2006

Quinta dos Lobos, Sintra

Caminhadas pela Serra de Sintra, tertúlias, Chi Kung, Tai Chi, cursos de cozinha vegetariana, tarot... há de tudo um pouco nas propostas da Quinta dos Lobos. Visitem aqui.

Próximas actividades:

6 Janeiro 10h às 13h 30 Workshop de Educação pela Arte «Criatividade», por Filipa Sabrosa

20 e 21 de Janeiro Workshop de Astrologia Polar Taoísta, por Erica Poonam

Curso de Tarot e Numerologia, por Luís Resina, com início a 6 de Janeiro, na Quinta dos Lobos(Sábados, quinzenalmente das 15h às 18h)

The AMAzing VISION of the World


serviços de consultoria para que as empresas possam ver o mundo de um modo diferente
informações: amavision@gmail.com

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

a minha aldeia...
















...que está no centro do (meu) mundo

Banco de Tempo - uma iniciativa do Graal

A iniciativa de criar o Banco de Tempo em Portugal procura dar resposta à necessidade de "criar redes de entreajuda", conforme expresso pelos testemunhos das Audições Públicas realizadas no projecto "Para Uma Sociedade Activa".
Paralelamente, o Banco de Tempo enquadra-se nos objectivos do próprio Graal, nomeadamente ao estimular, apoiar e organizar iniciativas que visem a criação de novos modelos de vida em sociedade, a valorização das pessoas e a revitalização das comunidades.
O projecto tem por objectivo criar uma rede de infra-estruturas de apoio social a nível local que promovam o encontro entre procura e oferta de tempo para realizar tarefas concretas. Estas infra-estruturas funcionam por analogia com um banco: deposita-se (ou dá-se) tempo ou disponibilidade para prestar serviços, medidos em termos de unidades de tempo (horas, e quartos de hora), que é levantado (recebido), sob diferentes formas, quando necessário.
O modelo de Banco de Tempo inspirou-se na filosofia dos bancos de tempo que apareceram em Itália no início da década de 90. O Graal começou a trabalhar neste projecto no início de 2001 depois de ter contactado com o conceito, em Barcelona, na Associação Salut Y Família que desenvolve um projecto semelhante em Espanha. Depois de um ano dedicado à criação da infra-estrutura e ao envolvimento de instituições e pessoas, foram lançadas para as primeiras agências no início de 2002.
O papel do Graal no Banco de Tempo corresponde ao do "Banco Central" - é essencialmente a entidade integradora e impulsionadora. Apoia o funcionamento, facilita a criação de novas agências promove a divulgação a nível nacional e a interacção internacional.

Agências do Banco do Tempo

Abrantes
Alverca
Amadora
Coimbra
Foz (Porto)
Funchal
Lumiar (Lisboa)
Montijo
Nossa Senhora de Fátima (Lisboa)
Ponta Delgada
Póvoa do Varzim
Quarteira
São João da Madeira
Torres Novas
Valongo
Telheiras (Lisboa)

Para mais informações, consulte aqui.

domingo, 17 de dezembro de 2006

Como vai a educação em Portugal?

Uma professora de Ciências pede à turma para inventar uma experiência científica. Uma aluna deixa cair duas bolas, uma de pinguepongue outra de ferro, e diz que a segunda cai mais depressa dado o seu peso. Satisfeita, a docente diz à aluna para apresentar o trabalho num concurso de ciências.
«A professora, evidentemente, não sabia que Galileu demonstrou que a velocidade da queda livre dos corpos se deve ao atrito e não à diferença de peso», explica Nuno Crato, 54 anos.

artigo da Visão

domingo, 10 de dezembro de 2006

É possível ser feliz?





































Revista Filosofia, nº 02


Já chegou às bancas o segundo número da revista brasileira Filosofia, da Editora Escala.

Destaco o artigo «Trabalho de Cidadão», onde Marcelo Galli reflecte sobre a actuação dos filósofos na sociedade civil e da contribuição dos mesmos para a melhoria da formulação de políticas públicas.

«(...) o filósofo não fica somente perdido entre livros e idéias em seu universo particular. Ele tem um papel mais amplo na sociedade e pode participar ativamente em conselhos abertos à sociedade civil e propor a elaboração e execução de políticas púbicas para resolução dos problemas do País. (...) numa sociedade desigual como a brasileira, o filósofo tem muito a contribuir nesse sentido, para o bem comum e a melhoria da vida das pessoas, não somente no sendo das idéias, mas no prático.» (p. 16)


sábado, 9 de dezembro de 2006

Primeira reunião de trabalhos do CEFAp em Abrantes


Surge no seio da APAEF o Centro de Estudos de Filosofia Aplicada, que se assume como uma instância crítico-reflexiva e de auto-formação apoiada, da comunidade de praticantes da Filosofia Aplicada.


Filosofia Aplicada entendida no âmbito das novas práticas filosóficas, tais como o aconselhamento filosófico, a consultoria ética a empresas ou instituições públicas, a orgazanização de cafés filosóficos, entre outras práticas em curso e que possam surgir.


Nas palavras do seu Director, Dr. Alves Jana «o CEFAp não pretende ser um centro de conhecimento nas áreas da Filosofia que podem ser "aplicadas", mas antes um centro de conhecimento especializado na própria actividade de "aplicação" da Filosofia junto das pessoas, das empresas, dos serviços ou outros. Por isso, o CEFAp não concorre com qualquer instância universitária no campo da Filosofia, antes pretende desenvolver a cooperação que interesse ambas as partes na distinção das respectivas funções.»


As actividades do CEFAp encontram-se em curso, após a primeira reunião do director e sub directores na cidade de Abrantes. Em breve daremos notícias.


Director: Alves Jana

Sub directores: Tiago Pita, Graça Lopes e Joana Sousa

domingo, 3 de dezembro de 2006

Portal Pessoa

O Portal Pessoa é um portal de internet dedicado ao poeta Fernando Pessoa (1888-1935).

O Portal Pessoa publica ensaios críticos ligados à literatura portuguesa e modernista. É, assim, um novo espaço onde académicos, profissionais, e outros interessados podem publicar os seus trabalhos e partilhá-los com outros leitores. A publicação contínua de novos trabalhos formará uma valiosa base de dados de ensaios sobre a literatura portuguesa e modernista.

http://www.portalpessoa.org/index.html

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Ainda os Seis Chapéus do Pensamento... e a viagem a Paris em busca da certificação











Filosofia Aplicada


«La Filosofía Aplicada va a tener dos lugares de acción el despacho y la consulta.

-En el primer caso incluimos:

-Trabajos de filósofos en empresas privadas y en instituciones públicas. Se trata de tareas en las que se persigue desde la optimización de la producción por métodos racionales hasta técnicas en las que se aportará una visión, ampliada por la filosofía, de la sociedad que ayude a introducir un producto determinado en una campaña de ventas. Estipula la eficacia en el trabajo y comprensión previa a la venta o al desarrollo de una empresa privada.

-Los trabajos en instituciones públicas serían los mismos aunque los objetivos dependerían de los de la institución a lo que pertenece. Supone ofrecer una visión amplia de las cuestiones que se estén trabajando.

-Crítica social: Se refiere a todos aquellos trabajos que actualmente se publican y analizan cuestiones sociales de manera pormenorizada. Por ejemplo los estudios sobre la clonación, sobre las nuevas situaciones a que nos conduce la aparición y desarrollo del Tercer Entorno, el nuevo tipo de relaciones que se dieron en los inicios de la sociedad industrial, las consecuencias de la globalización, etc... Aquí se mezcla la filosofía académica intentando dar respuesta a los problemas del ser humano de cada época.

-Cafés Filosóficos: Lejos de buscar aventar definiciones filosóficas sobre conceptos que los grandes pensadores han intentado dilucidar, se debería proponer el extender la práctica racional. La aplicación de la razón a la resolución de conflictos. De este modo, es un colchón social que aleja de la anestesia social y las existencias alienadas aquejadas en nuestra sociedad. Construye existencias más críticas, menos dependientes y/o alienadas y que enfrentan más eficazmente los problemas.

Nos centraremos en lo que sigue en el análisis de la FAP. Es el ámbito de los asesores filosóficos. En la bibliografía disponible se interseccionan dos líneas argumentativas sobre cómo desarrollar ésta práctica:

-Actuación sobre el ser del individuo para generar personas más racionales, o existencias más cercanas a una vida menos superficial y más íntima comprometidas con una vida examinada. El consejero lejos de resolver problemas ayuda a que el cliente los resuelva por sí mismo proporcionándoles los instrumentos oportunos para ello.

-Actuación en problemas puntuales del individuo.

En opinión del profesor Raabe el asesor filosófico es a la vez “un consejero y un profesor que ayuda al cliente a pensar con claridad sobre el problema al mismo tiempo que le proporciona lo0s instrumentos que mejoraran su pensamiento en el futuro". Precisamente por esto, continúa, no se crea una dependencia con el asesor filosófico sino que lo libera para que en el futuro pueda resolver por sí mismo sus problemas.

En resumen, subyace una común red sémica en la Filosofía Aplicada: la razón cómo methodos (meta-odon) resolutivo y vivencio-felicitario. Inexorablemente somos interpelados hacia su definición formal, su origen y su metodología. Es la cantinela que, como las sirenas a Ulises, nos llaman a encontrar lo que a continuación exponemos.»


Jose Barrientos Rastrojo

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Aprovação do Mestrado em «Prática Filosófica e Gestão Social», na Universidade de Barcelona

«En esta primero edición contaremos con la presencia de filósofos asesores reconocidos tanto españoles como extranjeros entre ellos están Oscar Brenifier (Francia), Ran Lahav Israel), Jorge Dias (Portugal). Así como de profesores especialistas que tienen un papel muy importante dentro del panorama filosófico español. Nombraré a algunos de ellos: Miguel Morey, Manuel Cruz (premio Anagrama 2005), Miguel Candel (traductor de Martha Nussbaum), Josep Ramoneda (director del Centro de Cultura Contemporánea de Barcelona), entre otros.
Hago notar que al igual que nuestros compañeros de Sevilla, creo que esta experiencia será muy positiva para la Práctica Filosófica ya que esta vez la academia no se ha quedado indiferente, por lo que espero que ambos podamos nutrirnos y crecer con esta experiencia.
Un saludo a todos,

Rayda Guzmán
Tutora Responsable delMaster en Práctica Filosófica y Gestión Social
Universidad de Barcelona.»

domingo, 19 de novembro de 2006

Ai Portugal, Portugal... do que é que tu estás à espera?




«Na Cimeira dos Talentos promovida pelo Santander Totta, Edward de Bono apelou ao Governo para que crie um Conselho de sábios igual ao que existiu durante a época dos Descobrimentos.

(...) Criar “um conselho de sábios” que avance ideias para o desenvolvimento do país é uma das propostas de Edward de Bono para que Portugal recupere o protagonismo na economia mundial que teve no período dos Descobrimentos. A receita é seguir a fórmula utilizada por Dom João II que criou este conselho de pensadores que acabou por dar origem ao período mais glorioso da história portuguesa, sublinhou o criador do Pensamento Lateral na sua intervenção na Cimeira dos Talentos, organizada pelo Santander Totta. O conceito implica que um grupo de pessoas proponha “ideias” ao poder político que poderão, ou não ser aproveitadas. O sistema da Democracia “é mau para o desenvolvimento da criatividade, porque quando se gera uma ideia ela é alvo de um ataque da oposição”. “As ideias podem não ser usadas, mas não podemos correr o risco de não chegar a pensá-las”, sublinha. Já que o “pensamento criativo é o que faz a diferença. No limite todos temos as mesmas informações e tecnologias”, sublinhou. Outra das propostas do guru do pensamento criativo para Portugal passa pelo estabelecimento de duas horas semanais no currículos ao longo de todo o sistema educativo em que os professores ensinem os alunos a pensar.»

artigo de Susana Represas e Madalena Queirós (Diário Económico, 18.10.05)






Ainda o Dia Mundial da Filosofia






















sábado, 18 de novembro de 2006

Dia Mundial da Filosofia


Em Coimbra, no auditório do IPJ realizaram-se as comemorações do Dia Mundial da Filosofia.
Uma sala cheia de professores e alunos de Filosofia presenteou os intervenientes com questões pertinentes e muita curiosidade perante as novas práticas filosóficas em Portugal.

É possível ensinar filosofia a crianças? Como se pode desenvolver esse trabalho?
Qual o papel do conselheiro filosófico no seio das escolas?
É possível distinguir entre o papel do psicólogo/orientador vocacional e o do conselheiro filosófico?
Como funcionam os clubes de ética nas escolas secundárias?

Estas foram algumas questões abordadas em conjunto pelos interlocutores e público presente no auditório.

Parabéns à comissão organizadora pela excelente iniciativa.
Fotografia de Thiago Biz (reservados os direitos)

Cafés com Filosofia

Em opção ao açúcar ou ao adoçante, propomos um café com filosofia. Esqueçam as natas ou o pauzinho de canela. Experimentem um café com filosofia.

Em Coimbra, nas Galerias Santa Clara.

Uma iniciativa da Associação de Professores de Filosofia

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

La consultation philosophique

- em destaque no artigo «La quête d’une spiritualité sans Dieu», na revista francesa Le Monde des Religions (Novembre – décembre, nº 20, pp. 20-34)

«Café creme et philo. C’est le menu au café des Phares, chaque dimanche à 11 heures, place de la Bastille, à Paris. Ce jour-là, le café philosophique lance par Marc Sautet en 1992, est bondé, l’atmosphère détendue. Au menu: “chercher la mesure ou la démesure?”, sujet retenu par l’animateur Daniel Ramirez parmi une douzaine de propositions.» (Serge Lafitte, Karine Papillaud et Éric Vinson)
Este artigo faz referência aos cafés filosóficos, bem como à meditação e às artes marciais como espaços onde se procura viver bem. Onde se reflecte sobre a união do corpo e do espírito, se debatem assuntos filosóficos ou simplesmente se procura alguma paz de espírito.
Actualmente existe em França mais de uma centena de cafés filosóficos, que por vezes tomam a forma de jantares ou cinemas filosóficos. Em Espanha, por exemplo, são comuns os vinhos filosóficos. Em Portugal teve lugar pela primeira vez o Vinho Filosófico, em Beja, no passado dia 09 de Novembro.
Iniciativas como esta permitem que a filosofia se desdobre em espaços diferenciados, fora da academia e junto da sociedade civil. Permite que a filosofia possa contribuir para uma abordagem diferente e diferencial da vida de todos os dias. A substituição das lentes embaciadas pelas lentes mais limpas e lúcidas.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Comunicado à Imprensa da APAEF - Dia Mundial da Filosofia

A APAEF (Associação Portuguesa de Aconselhamento Ético), com o apoio da Comissão Nacional da UNESCO, o IPJ - Delegação Regional de Coimbra, a Direcção Regional de Educação do Centro e Associação de Professores de Filosofia, bem como o Crédito Agrícola e outras instituições, vai levar a efeito, no próximo dia 16 de Novembro, em Coimbra, algumas conferências sobre as Novas Práticas Filosóficas em Portugal.
No programa constam as intervenções de conferencistas que actuam na área da filosofia para crianças e jovens, tendo desenvolvido trabalho no sentido da promoção da existência de um programa curricular de Filosofia que tenha início no começo do percurso escolar das crianças. Os temas a abordar serão, entre outros:
- Filosofia para Crianças;
- Filosofia na Cidade;
- Os Problemas Filosóficos dos Adolescentes;
- Clubes de Ética Aconselhamento Filosófico nas Escolas;
- Competências comunicativas e questionamento.
Esta Comemoração assume uma importância fundamental numa época cada vez mais complexa, que exige dos alunos uma reflexão critica mais apurada. No entanto, temos vindo a assistir a uma desvalorização da disciplina de Filosofia, por parte do Governo, ao retirar o seu carácter obrigatório no 12º ano, e ao retirar a necessidade de Exame Nacional, quer como forma de avaliação interna, quer como Prova Especifica de Acesso ao Ensino Superior.
No Programa das Actividades estão várias conferências especificamente elaboradas para alunos de Filosofia (10º, 11º e 12º anos) e para os respectivos Professores.
A presente iniciativa vem dar resposta ao repto lançado pelo Comité Francês “Nouvelles Pratiques Philosophiques” que levará a efeito, nos dias 15 e 16 de Novembro de 2006, em Paris, sob os auspícios da UNESCO, um colóquio intitulado "A Filosofia como Prática Educativa e Cultural: uma nova cidadania", evento este que contará com mais de 150 especialistas de diferentes nacionalidades (de cerca de 30 países).
Pretendemos, com este evento, sublinhar a inquestionável importância da disciplina de Filosofia para a formação integral do ser humano e para a prática da cidadania. Aliás, é esta a mensagem da UNESCO.

Noites de Poesia em Vermoim - 4 Nov de 2006

Árvores…

Depois de uma noite de temporal resolvi, manhãzinha cedo, ver a "minha rua"… não chovia, mas o céu continuava preto como breu anunciando que dentro em pouco S. Pedro abriria, de par em par, as torneiras do céu…
Pelo empedrado da rua a água, cantarolando, continuava a correr aqui e ali, ou empossava acolá, conforme a irregularidade ou a falta de paralelos.
Tive de saltar para a parte de dentro do passeio pois não estava interessado em ser chafurdado por um carro mais apressado, conduzido por um condutor sempre habituado a olhar – única e exclusivamente! - para o seu umbigo.
Cheguei ao Terreiro e as árvores frondosas, na semana passada ainda cheias de folhas, tinham começado a despirem-se a um ritmo alucinante, não só pela força do vento que as abanavam, mas também pelo peso da água que se acumulava nas folhas cor de outono e que as fazia caírem num chão já atapetado por folhas sem vida, regadas abundantemente pela chuvada recente e pelos repuxos da fonte cuja água, ao sabor da ventania, espargia tudo e todos.
Na relva verde, vivificada pela humidade, folhas dos mais variados tons desde amarelos a castanhos, já sem vida mas completamente molhadas, jaziam, inertes, naquele tapete…
Por todo o lado viam-se galhos arrancados às árvores pela força do vento, alguns deles, mais leves, faziam danças estranhas ou desenhavam caracteres esquisitos ora na folhagem que atapetava o chão, ora no tapete verde que no verão faz a alegria da pequenada.
Os bancos de pedra, outros dias cheios de gente que apanhava o fresco do dia, estavam agora vazios, escorrendo a água que fazia brilhar mais o granito…
As árvores, altivas, mostravam a força dos seus troncos molhados, com lascas arrancadas, mas de pé enfrentando o outono invernoso… Algumas mostravam, ainda, as folhas com que abrigam a passarada!
Amanhã, a vassoura conduzida pela mão hábil do jardineiro levará as folhas e os pequenos ramos arrancados às árvores para o depósito, deixando o jardim e o terreiro limpo.
As feridas causadas às árvores pelo vento e pela chuva cicatrizarão até à próxima Primavera, quando a mãe-natureza renovar o seu ciclo de vida…
José Gomes

"Noites de Poesia em Vermoim" é um espaço cultural dinamizado por Movimentum - Arte e Cultura no primeiro sábado de cada mês, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Vermoim (Maia), pelas 21h30m.A primeira parte da sessão é dedicada a um tema previamente escolhido. Na segunda parte o tema é livre. As sessões são intercaladas com música e canções interpretadas por cantores e músicos nossos convidados.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Prometeu e Fausto em Goethe e Pessoa

Dia 8 de Novembro, das 11h às 23h, ao longo de diferentes espaços da Casa Fernando Pessoa, decorrerá a Segunda Jornada Luso-Alemã, subordinada ao tema Prometeu e Fausto em Goethe e Pessoa - Cartografias dialogantes.


Siga o programa, no qual destaco as intervenções da Dra. Raquel Nobre-Guerra e Dr. Pedro Vistas, com quem tive o privilégio de partilhar os bancos da faculdade.

11h00-11h30: Pequeno almoço e palavras de boas-vindas a palestrantes, moderadores, performers e público (Nuno Felix da Costa, Anabela Mendes e um elemento em representação da Casa Fernando Pessoa)

11h45–12h30: Holger Brohm (Professor Universitário, Universidade de Humboldt, Berlim) DAS PROMETHEISCHE DRAMA DER KULTUR – FORTGESETZTE VERSUCHE, EINEN MYTHOS ZU ERZÄHLEN (O drama prometaico da cultura – tentativas continuadas de contar o mito) A comunicação de Holger Brohm será apresentada em alemão e terá o apoio em interpretação de Marta Fidalgo.

12h45–13h30: António Bracinha Vieira (Psiquiatra, Prof. jubilado de Antropologia) FAUSTO E PROMETEU

13h30–14h00: Luís Moura do Carmo e Nuno Lucas ACÇÃO PERFORMATIVA. A sessão da manhã decorrerá no 3º Andar da CFP e será moderada por Eugénia Vasques.

15h00–15h30: Ana Fernandes (Professora Universitária, UC, Viseu) LUST OU LA DEMOISELLE DE CRISTAL – UM FRAGMENTO DE FAUSTO

15h45–16h15: Paula Mendes Coelho (Professora Universitária, UA, Lisboa) AS ENTRANHAS DE PROMETEU: REPRESENTAÇÕES DE UM MITO IMAGINÁRIO FINISECULAR

16h30–17h00: Luís Moura do Carmo e Nuno Lucas ACÇÃO PERFORMATIVA. A sessão da tarde decorrerá no Auditório da CFP e será moderada por Teresa André.

17h45-18h15: Gilda Nunes Barata (Licenciada em Direito, UCP, Mestre em Literatura Comparada, FLUL) FAUSTO-PESSOA E ALDA MERINI: O RISO DA LOUCURA NO PRANTO DO PENSAMENTO

18h30-19h00: Raquel Nobre-Guerra (Licenciada em Filosofia, UCP, Mestranda em Estética e Filosofia da Arte, FLUL) DA CONDIÇÃO FÁUSTICA EM PESSOA E BERNARDO SOARES: INFLEXÕES BIPOLARES SÍNCRONAS

19h15-19h45: Pedro Vistas (Licenciado em Filosofia, FCH-UCP) DE PROMETEU AO TEMPLUM: RUMOS DE UMA ONTODISSEIA EM FERNANDO PESSOA

21h15-21h45: Nuno Felix da Costa (Professor Universitário, FML) O «PROMETEU REAGRILHOADO» NA OBRA DE FERNANDO PESSOA

21h45-22h15: Anabela Mendes (Professora Universitária, FLUL) OTIM, O PACIENTE ENTUSIASTA - PROMETEU DERIVADO EM GOETHE, PESSOA E MÜLLER

22h15-23h00: Luís Moura do Carmo e Nuno Lucas ACÇÃO PERFORMATIVA. A sessão da noite decorrerá no espaço da Recepção da CFP e será moderada por Jorge Fazenda Lourenço.

ENTRADA LIVRE. Informações: http://www.mundopessoa.blogspot.com/

Certificação em Paris (de 06 a 08 Novembro)

Les Six Chapeaux de la Réflexion® La Pensée Parallèle

Les thèmes abordés sont:
• Nature de la réflexion
• Pourquoi nous avons besoin d’enrichir notre façon de réfléchir
• Pourquoi l’argumentation est inappropriée
• Introduction aux Six Chapeaux de la Réflexion®
• Raisons du manque d’efficacité de beaucoup de réunions
• Outils et méthodes liés à chaque chapeau
• Utilisation occasionnelle des Chapeaux
• Utilisation systématique des Six Chapeaux
• Structure et objectif de la réunion
• Comment transformer les désaccords en contributions positives
• Techniques pour des idées « à la demande »
• Programmation de réunions fructueuses
• Mise en place d’un plan d’action
Ce séminaire est conçu pour:
• Les équipes stratégiques
• Les chefs de projet
• Les cadres qui souhaitent développer leur capacité de réflexion
• Les équipes qui travaillent dans un environnement hautement compétitif ou de changement
• Les meneurs de réunions
• Les négociateurs
Conçus pour les cadres qui veulent améliorer le travail en équipe, organiser des réunions plus productives, générer des nouvelles idées et résoudre des problèmes plus rapidement.
Après avoir suivi ce séminaire, vous pourrez immédiatement :
• Examiner les problèmes et les décisions de manière systématique
• Réfléchir clairement et objectivement
• Générer des idées en plus grande quantité, de meilleure qualité et dans un laps de temps plus court
• Diminuer les conflits
• Raccourcir les réunions tout en les rendant plus productives
• Identifier la meilleure solution en toute certitude.

um café onde é possível poetar



Hoje de manhã saí muito cedo

Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer...
Não sabia que caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.
Assim tem sido sempre a minha vida, e
Assim quero que possa ser sempre --
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.

Alberto Caeiro



CAFÉ DOS POETAS
Morada: Rua Fialho de ALmeida, 32 A
Bairro Azul - Lisboa

sábado, 28 de outubro de 2006

Ecos de Marinoff em Portugal



Lou Marinoff tirou a filosofia do mundo recolhido da academia, onde ela viveu nos últimos cem anos, chamou-se a si próprio praticante de filosofia e iniciou, não uma nova corrente teórica, mas uma prática filosófica. É conselheiro filosófico e garante que o sucesso da sua ideia é proporcional à necessidade que as pessoas têm de uma abordagem filosófica nas suas vidas. Explica-o no livro Mais Platão, menos Prozac (Editorial Presença), que já vendeu aqui 10 mil exemplares. Está em Portugal para participar (amanhã e terça-feira, na Universidade Católica, no Porto) num congresso sobre ética aplicada. Depois do êxito do aconselhamento individual, que já se pratica em 15 países, incluindo o nosso, está agora a levar a filosofia às organizações. E há mais um livro, sobre esta temática, a sair. Há um Platão em cada um de nós?Há. Mas não tem que ser um Platão. Pode ser um Sartre, um Confúcio, ou outro. Todos os seres humanos são guiados por alguma filosofia de vida. A diferença entre filósofos e não-filósofos é que os primeiros sabem que o são, e talvez passem demasiado tempo a sê-lo, e os outros nem sempre sabem que têm um filósofo em si. Nós ajudamo-las a entrar em contacto com essa parte de si. As pessoas que o descobrem ficam mais ricas. É a busca permanente de respostas para as questões que nos vamos colocando na vida. E não há dúvida de que isso ajuda as pessoas.Qual é a chave? O diálogo, a interacção, a filosofia? Todos precisamos de ser compreendidos e para isso é preciso alguém. Depois já não nos sentimos tão sós. Mas o sucesso vem no passo seguinte, quando as pessoas entram em contacto com os seus recursos interiores, que são muito poderosos, e que a nossa cultura não mobiliza. Ajudamos as pessoas a tomar consciência da sua força interior.E quando não há respostas?A busca continua. Em filosofia há sempre lugar para o questionamento e a dúvida.As pessoas perderam contacto com o filósofo dentro de si, mas a filosofia também perdeu peso social.É verdade. E o meu trabalho está a mudar nessa direcção. Comecei por trabalhar ao nível do indivíduo, mas muito do que faço agora é dirigido aos líderes que têm influência cultural. Estamos a atravessar um período muito difícil da história do mundo. Há muitos extremismos e desequilíbrios e é necessária uma nova visão das coisas. Acima de tudo, temos que compreender o que significa viver numa aldeia global e construir uma identidade humana para este século. A filosofia pode contribuir para isso.Ao nível do aconselhamento individual recorre a todos os tipos de filosofia, menos à de Marx. Porquê?Fazer filosofia enquanto diálogo, como conselheiro, é como uma dança. Para isso são necessárias duas pessoas e têm que se dar bem. Eu não danço bem com Marx. Ele foi muito importante para chamar a atenção das pessoas para as terríveis injustiças que havia, e que ainda há, no mundo, muitas delas devido a problemas económicos. Mas a solução dele foi talvez pior do que os problemas que era preciso resolver.A solução dele, ou a forma como outros a levaram a prática?Há quem diga isso. Mas a minha questão é esta: será que as teorias de Marx alguma vez poderiam ser levadas à prática, em larga escala, sem os erros que se cometeram? Conheço experiências comunistas em pequenas comunidades, e funcionam. Em pequena escala é possível, de outra maneira não dá. Quando a política se subordina ao poder económico, numa escala alargada, as coisas não funcionam bem.Mas isso é o que está acontecer hoje no mundo. O poder económico tornou-se dominante.É verdade, mas não é marxismo. É um padrão idêntico, com a dominação das forças económicas sobre as políticas. Os políticos têm um poder localizado, mas são obrigados a envolver-se com a economia global e as multinacionais tornaram-se as forças mais poderosas do mundo. São elas que dirigem as coisas, mais do que os políticos ou a religião. E o que lhes falta são questões relativas aos valores. A prosperidade material não resolve os problemas dos valores. Precisamos de uma boa vida e, para a filosofia, isso não se fica pela satisfação material. As empresas têm hoje a responsabilidade tremenda de apoiar a cultura e não o fazem suficientemente.Disse que o seu trabalho estava a caminhar nessa direcção. Está a fazer esse diálogo com os líderes das multinacionais?Estou, mas não sei se eles ouvem. Tenho estado envolvido com o Fórum Económico Mundial [encontro que reúne anualmente os principais líderes políticos e económicos do mundo, muito contestado por manifestantes antiglobalização] e tenho-me encontrado com líderes religiosos também para tentar fazer esta dança, digamos. As multinacionais têm tanto poder que têm que compreendam que é necessário não fazer só dinheiro, mas criar valores também. Têm que dar atenção também à educação e à cultura. E não estão a fazer o suficiente nesse sentido. Um dos problemas é que estão sempre a pensar a curto prazo, nos lucros a três meses. Muitas vezes precisamos de soluções de longo prazo, e isso não é compatível com o seu funcionamento. Isto é um grande problema.O que pode o seu diálogo filosófico fazer aí?Há um trabalho individual com o homem que lidera a empresa, que também é um ser filosófico. Os líderes precisam de dar mais atenção à ética e aos valores, de ser mais humanistas. Mas não chega, de facto. No século XX, os filósofos arranjaram maneira de se tornar socialmente irrelevantes, e tornaram privado e académico o seu debate. Mas a filosofia é necessária à vida de todos os dias. Além dos outros profissionais, também devia haver lugar nas organizações para os filósofos, para cuidar dos valores, para inculcar essa cultura. Mas isso, e a mudança que a filosofia pode trazer não são para já. O universo social é mais complexo que o individual.

texto de Filomena Naves

DN - 22 Out 2006

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Novas Práticas Filosóficas - referências úteis (I)

OSCAR BRENIFIER
Docteur en philosophie, formateur, consultant en philosophie, philosophie pour enfants, didactique de la philosophie, ateliers de philosophie.

JOSÉ BARRIENTOS RASTROJO
La presión del trabajo, las situaciones de crisis y de duda ante los nuevos acontecimientos generan confusion y la necesidad de detenernos para pensar y tomar las decisiones más adecuadas. La Orientación Filosófica consiste en ayudar a pensar para vivir más felices, con mayor profundidad y armonía y evitando los engaños cotidianos.

INSTITUTO FILOSOFIA PRÁTICA
O Instituto de Filosofia Prática (IFP) é uma unidade de investigação da Universidade da Beira Interior, apoiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) – Ministério da Ciência e Ensino Superior – no âmbito do financiamento plurianual de unidades de I&D.

PETER RAABE
Peter Raabe is the first Canadian and one of very few people internationally to be awarded a doctorate for his work in philosophical counselling.

RAYDA GUZMAN
«Dentro del Asesoramiento Filosófico, me especializo en diálogo hermenéutico, además de que investigo sobre los modos de convertir en recursos para el asesoramiento, los grandes argumentos y temas del pensamiento filosófico. En mi práctica he incorporado la escritura creativa, por lo que me he vuelto bastante sagaz en su enseñanza.»

FRANCISCO BARRERA
Bienvenidos a este espacio del Orientador Filosófico sevillano Francisco Barrera (Grupo ETOR) donde se recogen: artículos,colaboraciones, proyectos, trabajos de investigación y todo tipo de información relacionada con la aplicación de la Filosofía en la vida cotidiana.
"Filosofía para vivir" es pues un espacio donde narraremos nuestro trabajo de investigación y los resultados obtenidos en la aplicación de la Filosofía a nuestras actitudes, reflexiones y modos de entender la existencia en el día a día.

LOU MARINOFF
«I counsel a range of clients, on issues including ethics,decisions, dilemmas and constructive change.
My clients include physicians, psychiatrists, psychologists, professors, executives and artists.»

Filosofia - revista brasileira – ano I 2006

Artigo «Perguntas constantes, respostas necessárias», por Maria Lígia Pagenotto (pp. 16-23)

«A professora provoca a classe: “Somos todos filósofos, vamos pensar!”. A turma não se intimida. Cada um laça duas ideias sobre temas variados, pinçados do dia-a-dia da meninada: ética, democracia, amizade, solidariedade, cooperação, entre tantos. (…)
Os conceitos filosóficos são transmitidos aos jovens por meio de novelas escritas especialmente com este propósito, com base nas teorias do filósofo norte-americano Mattew Lipman. (…) A Filosofia sai dos redutos académicos e cai nas graças dos educadores (…)
“O que a Filosofia pode fazer é manter viva essa capacidade, ou seja, encantar-se com as relações que mantemos com o mundo e que invariavelmente envolvem o pensar, o sentir, o dizer e o fazer”, explica Darcísio Natal Muraro, professor de Filosofia (…)
Segundo Muraro, ensinar Filosofia “é exercitar o maravilhamento, por isso preferimos dizer que a Filosofia é uma atividade do espírito humano que é formadora em si mesmo, é essencialmente criadora.”
(…) A proposta de ensinar Filosofia para crianças está na prática do desenvolvimento das habilidades cognitivas que todos temos, mas que muitas vezes não são trabalhadas (…)»



Artigo «Crise Existencial?», por Mónica Aiub (pp. 70- 79)

«Ao propormos a Filosofia Clínica como uma terapia, consideramos a Filosofia muito mais como uma atitude, uma postura diante da vida. As questões surgem do cotidiano e vamos enfrentá-las utilizando todo o instrumental metodológico construído nos mais de 25 séculos de sua existência. Das Lógicas à Metafísica; da Epistemologia è filosofia Política, da Ética à Estética; dos Pré-Socráticos aos contemporâneos…
(…) Na década de 80, o movimento denominado Filosofia Prática, com Gerd achenbach, inicia esse resgate [do papel terapêutico que a Filosofia já possuía em suas origens], com vistas à construção de uma actividade de ajuda ao outro. Seu ponto de partida é um questionamento: se a Psiquiatria e a Psicologia utilizam a Filosofia em seus métodos, por que um filósofo não poderia utilizar a metodologia própria da Filosofia para ajudar as pessoas em suas questões cotidianas?»

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Ecos do Congresso de Ética Aplicada






O Expresso On Line publicou uma notícia referente ao Congresso de Ética Aplicada, no passado dia 23 de Outubro. Podem aceder ao artigo aqui.

sábado, 21 de outubro de 2006

Filosofia para Crianças

Pimpa
Matthew Lipman, tradução: Maria Luísa Abreu
Centro Português de Filosofia para Crianças, SPF, 1994 (esgotado)



Escrita para crianças entre os sete e os nove anos de idade, Pimpa tem em comum com as outras histórias que constituem o programa Filosofia para Crianças o facto de servir de base à construção de um diálogo filosófico. Nela se encontram habilmente integrados, em linguagem vulgar, temas, problemas e conceitos que são património do pensamento filosófico ocidental. De destacar entre estes últimos, os de tempo, espaço, corpo, mente, pessoa, identidade verdade, mentira, real, liberdade, direitos, justiça, amizade, conceitos esses que têm a ver com a vivência de cada um, independentemente do seu nível etário. Acresce que a inclusão deliberada de várias situações em que os personagens evidenciam diferentes tipos de raciocínio – analógico, dedutivo, indutivo, etc. – facilita o seu efectivo exercício por parte dos leitores. Mais, as conversas de Pimpa e dos seus amigos ilustram, no geral, uma atitude inquisitiva face ao conhecimento, tanto daquilo que os rodeia como de si mesmos.

Não sei quanto tempo fiquei assim sentada, mas deve ter sido um bom bocado. De repente, lembrei-me que estava na aula e então dei-me conta de uma coisa muito estranha. Sabem o que foi? O meu braço tinha adormecido.
Ainda hoje não consigo compreender isto. Se toda eu estava acordada, como é que uma parte de mim estava adormecida? O meu braço estava mesmo a dormir. Eu não podia mexê-lo. Parecia que estava pendurado no meu ombro. Nem sequer o conseguia sentir, quer dizer, sentia só um pequeno formigueiro.
Já alguma vez tiveram um braço dormente? Não é estranho? Até parece que não nos pertence. Mas como é que uma parte de nós pode não nos pertencer? Tudo o que é nosso pertence-nos. Isto é que me intriga: o meu corpo e eu são o mesmo ou não são. Se o meu corpo e eu são a mesma coisa, então ele não pode pertencer-me. E se o meu corpo e eu são diferentes, então quem sou eu? Começa a parecer-me que eu é que sou uma criatura misteriosa!


Matthew Lipman, Pimpa, tradução: Maria Luísa Abreu, Capítulo 1, pág. 8, 1994

Perfil de Competências de Consultor Espiritual - comunicação a apresentar no III Encontro Português de Filosofia Prática

«QS é uma forma profunda de espontaneidade, uma resposta ao centro mais profundo do eu e ao centro do ser no qual se radica esse eu profundo. Quando sou profundamente espontânea, conheço meu eu, sei que sou o mundo e, por isso mesmo, assumo responsabilidade pelo mundo. Assumo responsabilidade pelos outros porque respondo a eles e sei que eles são partes de mim. Não preciso de regras, certezas ou códigos de práticas para saber como tratá-los. Tais coisas apenas se intrometeriam no caminho do meu conhecimento realmente espontâneo. Claro, incerteza e risco estão envolvidos nisso. Cometerei erros, mas tenho esperança de aprender com eles.»

Danah Zohar e Ian Marshall, QS Inteligência Espiritual, p. 238
*
A tradição clássica ocidental tem vindo a acentuar o aspecto técnico, passando a sabedoria a ser sinónimo de habilidade ou savoir faire. Vingou a técnica, que na sua raiz etimológica significa um modo de saber, no sentido de ter visto. Assim sendo, o seu significado actual já não encontra identificação com a sua origem, uma vez que hoje consideramos a técnica como manufactura, arte ou um género de realização. O sentido originário do termo técnica remete-nos para a visão – e nós consideramos essa visão como uma intuição, um conhecimento que dispensa intermediário.
As verdadeiras questões não encontram resposta senão em sede filosófica, de um amor pela sabedoria, de um desejo ardente de conhecer e de ver. As ciências não apresentam resposta, uma vez que isolam o campo de estudo e perguntam em termos de causa / efeito, sem se envolverem com as questões em si. A ciência moderna tende a formular a questão «como é que as coisas se passam?», ao invés da pergunta fundamental «porque é que as coisas existem?» A ciência não se interessa pela pergunta acerca da essência das coisas, interessa-lhe antes o «como».
*

Percursos a efectuar – reflexões vividas

Estes são os caminhos percoridos e para os quais convidamos os presentes à reflexão:

Do culto da racionalidade à integração da dimensão espiritual
Do tripalium ao trabalho enquanto missão e serviço
Da instrumentalização do trabalho humano ao trabalho como possibilidade de desenvolvimento integral do ser humano
Da recuperação do sentido originário da palavra saber enquanto saborear
Do olhar fragmentado ao sentido do todo
Da pergunta «como?» à questão pelo «porquê?»

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Abranteimas


Ou o blog do Dr. Jana. Jana, somente - foi assim que se apresentou quando interviu no curso de acompanhamento ético e filosófico, onde tive o prazer de o ouvir.

Em Abranteimas encontramos ecos de Abrantes e da Filosofia e de tudo um pouco. A visitar. E a teimar, também.

«Continuar a teimar por Abrantes e em Abrantes. É assim que se pode resumir a ideia, o projecto, talvez a obsessão. Assumir a responsabilidade de uma cidadania activa. Dar resposta a (alguns dos) leitores que insistiam em que escrevesse. Mas também alimentar o vício, que isto de intervir, de usar da palavra no espaço público deixa alguma dependência - de que não faço esforço para livrar-me.Mas é também manter as mesmas teimas. Ou temas. Basta olhar para trás para se constatar que as linhas de força da intervenção se mantêm as mesmas. A inteligência de cada um, a resolução dos problemas, o acreditar em nós, o esforço para compreender melhor, a partilha de cuidados e reflexões, a aposta nos valores locais, a participação local nas instâncias de âmbito superior (regional, nacional e internacional) e assim trabalhar por dentro cada um destes territórios. E o desenvolvimento local, a atenção ao quotidiano, a inovação, o valor das coisas nobres que vão nascendo, o apoio às apostas que vão sendo feitas aos vários níveis. E a felicidade que cada um de nós quer construir, todos os dias.É, finalmente, uma resposta, minha, ao esforço que a todos nos compete de construir, de mil modos, esta cidade comum, numa cidadania responsável e criativa.Sempre, mas sempre, sujeito a errar, a passar ao lado, a estragar mais que a arranjar. Mas é assim: quem não quiser errar, mais vale estar quieto, outra forma de dizer "morrer". Porque, quando se erra, há outros que nos podem corrigir. E há, sempre também, a inteligência de todos os que podem - e devem - ser superiores ao nosso erro. Sem que isso diminua a nossa / minha responsabilidade de procurar acertar.E a viagem continua. Boa viagem.»

Comemorações do Dia Mundial da Filosofia - 16Nov2006

A APAEF e a Comissão Nacional da UNESCO irão assinalar o Dia Mundial da Filosofia com um conjunto de conferências e reflexões dedicadas às novas práticas filosóficas em Portugal.

O programa inclui temas como a Filosofia para Crianças, os Clubes de Ética nas escolas, os Cafés Filosóficos e as Histórias que fazem Pensar.

Permitam um cumprimento especial à Luísa Abreu e à Alice Santos, que tive o privilégio de ter como colegas no curso de acompanhamento ético e filosófico, organizado pela APAEF no passado mês de Setembro.

Informações: Dra Celeste Machado apaef.secretariado@iol.pt

Local do evento: Auditório do IPJ - Coimbra
Rua Pedro Monteiro, 73 Coimbra 3000-329 COIMBRA
Tel: 239 790 600 Fax: 239 704 607
E-mail: ipj.coimbra@ipj.pt
Junto à Casa Municipal da Cultura, próximo da Praça da República

domingo, 15 de outubro de 2006

Congresso Português de Ética Aplicada



Nos próximos dias 23 e 24 de Outubro de 2006, a APAEF e a Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica do Porto, irão realizar o «Congresso Português de Ética Aplicada», no âmbito dos Encontros de Filosofia Prática, que a APAEF iniciou em 2005.

Este evento conta com a presença do Prof. Dr. Louis Marinoff : Professor no «City College de Nova Iorque», Presidente da «American Philosophical Practitioners Association» e autor do TOP 10 em Portugal - «Mais Platão, Menos Prozac». Mais conhecido por Lou Marinoff, o professor americano, além do seu trabalho mais «comercial», e acessivel ao grande público, conta já com um imenso Curriculo Profissional, pleno de projectos na área da Ética e da Filosofia Prática em geral.

Inscrições aqui.



A filosofia como prática educativa e cultural: una nova cidadania

Coloquio Internacional sobre as Novas Práticas Filosóficas.

15 e 16 de Novembro

UNESCO

Morte lenta da Filosofia


A Filosofia tem vindo a ser eliminada aos poucos do percurso escolar: primeiro deixou de ser obrigatória do 12º ano e agora qual não é o nosso espanto quanto deixa de ser exigida como disciplina específica no acesso a qualquer curso do ensino superior. Inclusivamente o de Filosofia.
Duvido muito que haja alunos a escolherem Filosofia no 12º ano, anunciando-se assim a extinção definitiva desta disciplina no último ano do secundário.

«Assim se apaga lentamente, sem barulho, uma disciplina. E com ela reduzir-se-á o número de professores, e poupar-se-iam mais uns milhões no orçamento da Educação. A questão é saber se a minimização progressiva do ensino da Filosofia (...) ajuda ou não o processo de modernização da sociedade portuguesa.» - eis a reflexão do Professor José Gil, na revista Visão nº 710 (p. 186).

A filosofia não serve para nada, sendo sempre catalogada como a ciência do ócio, à qual se dedicam aqueles que nada têm para fazer. E por isso a sociedade vai prescindindo da filosofia na educação dos seus cidadãos, que hão-de crescer e passar o seu tempo muito ocupados, com muitas coisas, sem nunca conhecer um momento de reflexão. Reflectir para quê? A sociedade encarrega-se de dar as respostas, de apresentar valores e ideiais.

«(...) sabe-se que o ensino da Filosofia para crianças abre extraordinariamente as competências dos alunos na aprendizagem das outras disciplinas. E, porque é inútil, a Filosofia alarga o conhecimento, estabelece pontes novas entre domínios científicos diferentes, proporcionando a criação de novos objectos e disciplinas.», afirma José Gil, no artigo atrás mencionado.

Curioso como em simultâneo constatamos a existência de um movimento de apagamento da filosofia (utilizando a expressão de José Gil), e de um movimento de renascimento da mesma, através da implementação da Filosofia para crianças nas escolas, do surgimento dos consultores filosóficos e de actividades relacionadas com as novas práticas filosóficas.

domingo, 8 de outubro de 2006

Encontros Culturais Terraço

28 de Outubro, 6ª feira, às 21h00
PENSAR E AGIR A CIDADANIA: REDACÇÃO DE UMA CARTA ABERTA À NOVA ASSEMBLEIA MUNICIPAL
– debate e proposta de documento –

17 de Novembro, 5ª Feira, às 21h00
OS PORTUGUESES HOJE PERANTE SI MESMOS
José Gil
(Prof. Filosofia UNL. Autor de Portugal Hoje: O Medo de Existir)

15 de Dezembro, 5ª feira, às 21h00
ALTERIDADE DE DEUS: PROXIMIDADE E DISTÂNCIA
Carlos Silva
(Prof. Filosofia U Católica Portuguesa, Lisboa)

Amor-te



Porque a arte é motor de reflexão, eis um pretexto para pensar sobre a vida, a dignidade e a morte.

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Dia Mundial da Filosofia







16 de Novembro de 2006

Mais informações na página da APAEF