sábado, 21 de outubro de 2006

Perfil de Competências de Consultor Espiritual - comunicação a apresentar no III Encontro Português de Filosofia Prática

«QS é uma forma profunda de espontaneidade, uma resposta ao centro mais profundo do eu e ao centro do ser no qual se radica esse eu profundo. Quando sou profundamente espontânea, conheço meu eu, sei que sou o mundo e, por isso mesmo, assumo responsabilidade pelo mundo. Assumo responsabilidade pelos outros porque respondo a eles e sei que eles são partes de mim. Não preciso de regras, certezas ou códigos de práticas para saber como tratá-los. Tais coisas apenas se intrometeriam no caminho do meu conhecimento realmente espontâneo. Claro, incerteza e risco estão envolvidos nisso. Cometerei erros, mas tenho esperança de aprender com eles.»

Danah Zohar e Ian Marshall, QS Inteligência Espiritual, p. 238
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A tradição clássica ocidental tem vindo a acentuar o aspecto técnico, passando a sabedoria a ser sinónimo de habilidade ou savoir faire. Vingou a técnica, que na sua raiz etimológica significa um modo de saber, no sentido de ter visto. Assim sendo, o seu significado actual já não encontra identificação com a sua origem, uma vez que hoje consideramos a técnica como manufactura, arte ou um género de realização. O sentido originário do termo técnica remete-nos para a visão – e nós consideramos essa visão como uma intuição, um conhecimento que dispensa intermediário.
As verdadeiras questões não encontram resposta senão em sede filosófica, de um amor pela sabedoria, de um desejo ardente de conhecer e de ver. As ciências não apresentam resposta, uma vez que isolam o campo de estudo e perguntam em termos de causa / efeito, sem se envolverem com as questões em si. A ciência moderna tende a formular a questão «como é que as coisas se passam?», ao invés da pergunta fundamental «porque é que as coisas existem?» A ciência não se interessa pela pergunta acerca da essência das coisas, interessa-lhe antes o «como».
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Percursos a efectuar – reflexões vividas

Estes são os caminhos percoridos e para os quais convidamos os presentes à reflexão:

Do culto da racionalidade à integração da dimensão espiritual
Do tripalium ao trabalho enquanto missão e serviço
Da instrumentalização do trabalho humano ao trabalho como possibilidade de desenvolvimento integral do ser humano
Da recuperação do sentido originário da palavra saber enquanto saborear
Do olhar fragmentado ao sentido do todo
Da pergunta «como?» à questão pelo «porquê?»

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