leia o artigo de Francisco Limpo de Faria Queiroz, aqui
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
sobre filósofos e professores de filosofia
Schopenhauer sustenta que os catedráticos de filosofia não são, em regra, autênticos filósofos porque estão obrigados a representar o papel de «sábios», com respostas para tudo, e isso impede-os de levar a cabo a investigação livre da verdadeira filosofia, desprendida de interesses económicos e de prestígios institucionais: «Descobrimos aqui em primeiro lugar que, desde sempre, muito poucos foram os filósofos que foram também professores de filosofia e, proporcionalmente, ainda menos os professores de filosofia que foram também filósofos. Podíamos dizer por consequência que, do mesmo modo que os corpos idioeléctricos não são condutores de electricidade, os filósofos não são professores de filosofia. Em verdade, para o que pensa por si mesmo esta tarefa estorva-o mais do que qualquer outra. Pois a cátedra de filosofia é de certo modo um confessionário público, onde um faz a sua profissão de fé coram populo (em presença do povo). Ademais, em ordem à aquisição autêntica de uma compreensão fundamental e profunda, quer dizer, em ordem a chegar a ser de verdade sábio, quase não há nada que seja mais contraproducente que a obrigação perpétua de parecer sábio, esse alardear de supostos conhecimentos ante uns alunos ávidos de aprender, esse ter à mão respostas para todas as perguntas imagináveis» (Arthur Schopenhauer, Sobre la Filosofía de Universidad, Editorial Tecnos, Madrid, pag. 46-47).
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